(Devemos aprender conforme se resulta
nossa compreensão e serenidade)
Instrução Íntima:
O verdadeiro sábio não se refugia em grutas
ou permanece indolentemente em ashrams,
mas se entrega a um constante e intenso
trabalho em benefício do bem estar do
próximo. Saliento ainda que um verdadeiro
sábio procurará ser extremamente igual às
pessoas comuns, afim de que estas não o
coloquem num pedestal. Apenas ensina,
esclarece, revela, ajuda e inspira, quem lhe
ouve, a buscar a verdade incomum.
Shrî Vidyacharanasampanaananda
Os alunados do Núcleo Maha Vidya de Yoga hão de querer saber que, de todas as civilizações já surgidas na Terra, a Índia foi, e continua sendo, a mais brilhante. Tudo passa, evolui, se engrandece, retorna e desaparece. Mas, em tudo há algo de relevância significativa que não escoa junto daquilo que perece, tão pouco recua nem se oculta; refiro-me à unidade da Sabedoria, o selo imortal da Luz, Luz da Sabedoria Divina. A Índia, portanto, é a pátria do Sânscrito - raiz das línguas do mundo - mãe da Sabedoria e da Filosofia. Muito antes, bem antes mesmo da aurora da religião cristã (crestus- christus), a Índia já possuía escola e instrutores do pensamento vedântico e do conteúdo secreto do Mahabharata, o Bharatavarsha, séculos antes do advento de Moisés e Abrahão, dos Acadianos, Sumerianos, Babilônicos e Egípcios, genealogicamente antes do surgimento das pirâmides de Quéfrem, Queóps, Miquerinos, e da Esfinge do Egito Ancestral.
O pensamento dos surya-vansas, seres da maior evolução, lançou os primeiros passos ao refletir um ser humano responsável pelo seu organismo social no qual se mantém, tanto quanto possível, na unidade e na harmonia.
Essa primeira concepção de reflexão criou a Instituição Vedântica e, na seqüência, a Bhramânica. O pensamento indiano desenvolveu muitas verdades. Kananda e os Gnani Yogues ensinavam sobre o átomo oitocentos anos antes de Demócrito Arybatha; no sexto século antes de Cristo, ensinava-se sobre a rotação da Terra; os princípios da medicina curativa, da botânica medicinal, da física e da química, foram estabelecidos na Índia em 1300 anos antes de Cristo.
A introdução do Gênesis, na Bíblia Cristã, é uma versão primitiva dos profundos ensinamentos dos Dias e Noites de Bhrâma. A história de Noé é uma cópia dos escritos do Vaivasvata, onde Vishnu avisou para se construir uma embarcação grande para a enchente próxima. A origem da Kabala Judaica, e de vários acontecimentos inseridos na Bíblia, pode ser encontrada nas escrituras hindus, escritas que foram muitos séculos antes de Moisés, Abraão e Cristo.
Embora a civilização ocidental seja baseada nas culturas grega e judaica, muitos dos conceitos dessas culturas foram derivados e fundamentados na velha Índia, especialmente depois que a invasão de Alexandre, o Grande, fez promover, em 327 A.C., a cultura e o comércio entre a Índia e o Oriente Médio.
As aulas de gupta vidya, que tive a oportunidade de vivenciar (como uma criança que se espanta quando ganha a primeira bicicleta), com base no conhecimento maior, permitiram-me o trabalho de refletir no unânime daqueles tantos mestres do saber, dotados de poderes e empenhados, a vida toda, em inferir conclusões falsas; apenas era, o seu poder, trabalhar a natureza interna do ser humano com a verdade e com o pensamento transcendente e inspirador.
Muitas foram essas verdades profundas, patenteadas na forma de um ensino não deteriorante. No Bhagavad-Gita, nos históricos e seculares poemas do Mahabharata, e no Ramayana, em exaltadas edições de um pensamento onde a sabedoria refugiava-se originalmente e que, implicitamente, não se devia ignorar, foi a princípio lido e compreendido, para depois ser interpretado e coado pelo intelecto dos grandes ( senão os maiores de sua época) mestres do pensamento grego, como Pitágoras, Platão, Sócrates, Thales de Mileto, Parmênides, Anaximandro, Heráclito, e outros como Kant, Hegel, Schopenhauer, Albert Einstein, etc. ... ( poderia ainda prosseguir com outros tantos nomes que beberam dos registros da filosofia-sabedoria e deixaram-se contaminar, tornando-se fiéis intérpretes da verdade). Seus escritos e seus argumentos fundamentaram o sistema da filosofia ocidental porque suas afirmações fecundas empregaram bases da imutabilidade filosófica da Índia ancestral, berço do saber único.
Um exemplo, dos muitos que assimilei nas aulas de gupta vidya, refere-se ao hexágono: dois triângulos entrelaçados, um com a ponta para cima e outro com ponta voltada para baixo. Pitágoras, em suas aulas, ensinava aos seus alunos considerando o hexágono como símbolo maior da criação; os egípcios o exaltavam como a união do fogo (vértice superior) e da água (vértice inferior); os essênios viam no hexágono o selo de Salomão; os judeus inclinavam-se a ensiná-lo como sendo o escudo de David.
De onde, originalmente, surgiu o hexágono?...
... da Índia, onde é o signo de Vishnu (o segundo aspecto da trindade hindu; aí o hexágono representa o atributo da conservação). No conhecimento da Índia antiga, ancestral, estuda-se o yantra chintamini (técnicas de prática de yoga), dividido em oito partes, com seus respectivos símbolos arquétipos e seus efeitos; o signo de Vishnu conta como uma das técnicas. Também existe o tridente usado por Shiva ou o trishula, que é uma devadatta (dádiva divina).
Quero concluir, com tudo aquilo que desde lá atrás, bem lá atrás, já apontava diretamente para a mente humana que busca mudança de paradigma: sair do superficial, do raso, deixando de recolher respostas que em hipótese alguma exploram mais a fundo o funcional superior que existe no ser humano, para uma abordagem prática de quem somos na escala do mundo em que vivemos; isso eu aprendi. Embora as informações me fossem dadas num esboço de pensamentos metafísicos, da parte do meu Mestre, eu as incorporei porque equilibram, ajustam e purificam o que somos e o que haveremos de ser. Busco ser lúcido porque sei que o mundo vivo é um campo pleno de energias-luz. Não necessitamos concretamente de paz. Todo ser que possui paz encontra-se iluminado, esclarecido e mestre de si mesmo. Esta é a pedra angular da sabedoria, desde a emissão matriz dos pensamentos Devanikas e dos Bhu-devas e Devas divinos, como repassadores de influências em formato de ensinamentos secretos aos Geômetras Surya-vansas, fornecendo-lhes a boa semente da sabedoria eterna em toda sua pureza. Estes aceitaram a tácita ordem patriarcal e, sem uso da linguagem e sem uso de uma crença, mas como obra filosófica de concisos transcendentais significados completos em si, entrelaçaram na postura, na conduta e no potencial dos pensamentos de todos os genuínos Brahmâtmâs (ou os veneráveis Mestres Supremos dos altos iniciados Hindus).
A bem-aventurança de uma linguagem metafísica, que mantinha-se fixada na capacidade cromática espiritual daqueles aptos ao campo eletromagnético consciencial do nível superior, foi exercida por esses veneráveis mestres numa linguagem tecida de saber digno de créditos perante os seculum-seculorum, para ser decifrada por qualquer ser humano que busca da boa informação, da boa fundação, do raciocínio sem uso do chapéu (o dogma, o preconceito), e por todos que ousam buscar o verdadeiro sentido da verdade integral; todos os descobridores que passaram pela universidade da vida e deixaram seus inventos como avanço da humanidade; aos grandes pensadores que ofereceram profundidade às opiniões e à lógica; aos que esboçaram um modelo entre o estado físico e o psicológico, o equilíbrio e o desequilíbrio do organismo humano; aos que ajudaram o ser humano a se enxergar dentro de uma abordagem multidimensional que implica nas mais diversas profissões, do dentista ao médico, ao arquiteto, ao psicólogo, ao filósofo e aos mestres do corpo e do espírito.
Do surgimento, na história humana, do Yoga, através da esplendorosa decodificação de Shiva ao segmento Pâtânjali, por meio de seus yoga-sutras, para eternamente ser a busca do equilíbrio corpo-mente até a transcendência mente-alma, portanto, os antepassados dos hindus primitivos deixaram uma ininterrupta reflexão a todos que se disponham a ser geômetras de si mesmos:
"O que está em cima é análogo ao que está em baixo. Sirvam-se. E sirvam-se da vida que possuem, ou como uma serpente que só rasteja e agride, ou como uma serpente que ganhou asas atraída pelo arco-íris da sabedoria."
Aos queridos amigos do Núcleo Maha Vidya de Yoga e a todos que tiverem acesso ao texto, que este sirva para alguns propósitos seus, na habilidade de viver a vida. Aqui fico na atitude mental de Prajnâparamita Sutra.
OM. TAT. SAT.
Shrî Vidyacharanasampanaananda
Núcleo Maha Vidya de Yoga