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OM NAMAHA SHIVAYA... OMMM

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quinta-feira, 22 de maio de 2014

ENCONTRO COM SUA CONSCIÊNCIA V



O Sinônimo de Greve é Vitimação 




    Existem provas incontestáveis de que, num todo, a humanidade entrou em seu maior período de mudança, que agora a mídia, em sua linguagem essencial, informa. Guerra de um lado, desastres naturais matando centenas, de outro, mas o maior cenário das ocorrências é o Brasil. São as intermináveis greves comprometendo a segurança ou o pouquíssimo que dela resta, ao se avaliar o que as câmeras da imprensa televisionada mostraram de Recife. Greve é o discurso da vitimação. Os males que os dependentes dos grevistas causam, fazem sofrer, têm como base a própria essência do pensamento: todos querem um contra-cheque mais gordo. O resultado de uma greve se encerra por acertos paliativos.
  Cada greve, seja aqui no Brasil ou lá fora, modifica alguma coisa na estrutura da consciência humana. Somos frágeis demais pelos salários; e os governantes, esses inúteis irrecuperáveis, articulando e pouco se importando com o resultado.
 Quando vejo na mídia televisiva uma marcha de professores, sendo filmados caminhando à prefeitura com placas "Queremos um Salário Justo, Respeito e Justiça!"... isso é, na ótica governamental, área de pouca a zero importância, mesmo quando o quebra-quebra acontece, o governante considera o desempenho pequeno. A polícia militar participou atirando, prendendo, e tudo acaba sendo relativizado no menosprezo. Vivemos clima de Copa e paralelamente um outro clima de caos ufanista quanto a próxima greve, a próxima passeata contra a abertura da Copa... tudo isso no fervor cumulativo do espírito coletivo. Vejo isso, não como um fenômeno significando tenazmente chamar a atenção do governo, mas sim consciências em angústia, um sensível grito de indignação por todo desinteresse que os governantes têm por pessoas engajadas na vida, sem nenhuma oportunidade de transformação. Vejo essas massas acotoveladas em passeatas desesperadoras, numa crise que os preocupa quanto aos seus objetivos. Todos possuem vidas ativas, seguem vocações, são professores, médicos, policiais civis e militares, cada qual em seu setor, representando uma delicada tentativa de ajudar outras pessoas a abrirem caminhos. Buscam, na profissão, encontrar o significado de viver.
   A realidade atual de nossas vidas está na incerteza, embora ansiemos pela certeza. Hoje, o que está no comando especulando crises é a inquietação. Se uma greve contém um grito negado, um salário murchado, um desapontamento, uma frustração, ou o que for, pelo tamanho do barril de pólvora que isso incorpora, só significa que nós somos vítimas.
  Vivemos o tempo todo num conformismo que se atualiza na medida que vivemos por certezas artificiais. Todo diálogo entre políticos e seus eleitores é artificial. O salário fútil é artificial. Inquietamo-nos com as contas a pagar todo final de mês e estas não são artificiais. São ameaçadoras. Envenenam nosso esforço com o que sobrou: continuar a sobreviver.
   Se não quisermos que as greves sucedam-se, a política tem que ser refeita. Aqui no Brasil, só os governantes não entram em greve. Seus salários são maquiados na peculiaridade daqueles que saboreiam uma fruta no pé. Enquanto que milhões de brasileiros com menos carboidratos, liberamos protestos e submetemo-nos, como vítimas, às greves. Rotina cansativa, essa. 
  Enquanto diferenciadas categorias realizam dentro em pouco diferentes tipos de indagações e partam para novas greves, espero que o futuro da humanidade ascenda realinhado por todos os que desafiaram o sistema buscando atingir seu próprio nível mínimo de realização. As greves crescerão, cada qual criativa na sua convulsão, e as respostas nascerão no papel das tensões. Eis o período de mudança que chegou. É só aguardar. Pois, nós mesmos somos o futuro.
     

Shrì Vidyacharanasampanaananda

(Oito Livros publicados, Conferencista e Mestre de mim mesmo.)

Email:  maha.vidya.yoga@hotmail.com   

             

segunda-feira, 12 de maio de 2014

ENCONTRO COM SUA CONSCIÊNCIA IV



O Brasil vestido de 2014 encontra-se além da
lógica e das Filosofias Literárias, tendo
sua Democracia pisoteada.
E o Oscar vai...




        O novo estado social do Brasil não contém, o que até seria dos males os menores, vacuidade política, estreiteza no ideológico, o caráter limitado da Lei ou uma série de questiúnculas. Nossa servilização complementa-se num eclipsar da razão, do direito, da ética e da verdade que vem sido amputada por aqueles que, vestidos do poder político, colocam-se numa dimensão complementar: não são senadores, deputados federais, não são autoridades constituídos... são, isso sim, Deuses do Olimpo. Emitem forças que desmoronam de um só golpe o Literário, o Filosófico, o Social, o Estético, a Moral... A lista continuaria... mas, ela se perde no nevoeiro das incredulidades. Em que ponto estamos nós, brasileiros, com toda essa velocidade de lepra moral advinda daqueles que se dizem Governo?
        Se eu pudesse recomeçar minha vida, buscaria acesso a um mundo que se preservasse Civilização. É insuportável reconhecer que não temos direitos, apenas deveres; é ardente se constatar que o progresso e a cidadania não possuem probabilidades de futuro. Aliás, eles nunca existiram; são apenas discursos daqueles que proliferam a lepra moral. Nosso presente é feito no terror, nossa filosofia resume-se ao "Padrão FIFA" e nossa saúde nas discrepâncias de não se assistir corretamente ao objetivo de preservar a vida dos que sofrem. Quanto ao nosso futuro, este está entregue a uma polícia que, no momento presente, luta para garantir sua própria moral. O bem-estar expande-se para onde?... se há truculência por todos os lados. Uma cultura homicida implementa crescimento drástico onde vida e morte tornaram-se banalidades. Como um brasileiro, ao saber de seu novo salário mínimo, pode se orgulhar de um país como esse, de carga tributária única no planeta? É lamentável saber da visão dupla do mesmo fato: a produtividade só existe nas contas bancárias dos mensaleiros (ou ex, ainda não sei bem), dos políticos desonestos, doleiros corruptos e de toda a arquitetônica logística dos propineiros e empreiteiros.
     O viés autoritário do governo exibe um nervo exposto. A chamada conta petróleo (a diferença entre a importação e a exportação de petróleo e derivados) foi usada como campanha política informando um recorde histórico superando 20 bilhões de dólares. O viés nocivo é que este número é frágil. Na verdade, significa um vermelho 8,5 vezes maior do que o verificado em 2006. Nós, brasileiros somos afetados por termos que pagar preços cada vez mais elevados, o viés é isso; em outros países, fariam o produto encalhar. Quem pensou que o governo federal está amortecido depois de tantos escândalos, enganou-se. O entranhado no atual governo só virá à tona quando uma outra sigla vencer o sistema iníquo que transforma mensaleiros e outros em "vítimas políticas".
        O Brasil, ao mesmo tempo tem, e no momento seguinte não tem, um potencial jurídico único valorizando a gestão de desigualdades quanto a criminalidade. O tamanho do delito, a participação de autores, sonegadores, corruptos e maioridade penal, deveriam ser remodelados. No momento, o judiciário tem desgastes enormes, não podendo transportar suas dificuldades devido aos vieses
      E o Oscar vai... para o desespero do povo brasileiro; esse aprendiz de gente servido por uma servilização de corrupção que aborta todas as suas chances de ser dono de si mesmo. O Brasil que veste 2014 encontra-se além da lógica; é um País de Alice, cujas filosofias literárias permitem-nos uma canção de ninar.

Shrì Vidyacharanasampanaananda

(Oito Livros publicados, Conferencista e Mestre de mim mesmo)

Email:  maha.vidya.yoga@hotmail.com