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OM NAMAHA SHIVAYA... OMMM

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domingo, 2 de março de 2014

ENCONTRO COM SUA CONSCIÊNCIA III




A Reinvenção de Ser uma Jovem Gestante 
Parte 2:

A Paixão não dura

Quando deixamos nossa felicidade nas mãos de alguém, é importantíssimo que se saiba, e bem, que estamos deixando nossos sentimentos ficarem nus, fazerem-se compartilhados e expostos. Tudo o mais será, a partir daí,  um ponto de interrogação. Nossa idéia de felicidade humana versus outro ser humano repousa sobre bases frágeis. Quando o amor que sentíamos começa a falhar tornando-se, com o passar do tempo, um problema de difícil solução, desenvolvemos uma condição debilitante a princípio, que progride ao estressante, numa irritabilidade que vai drenando toda a energia, deixando-nos sempre exaustos e numa insônia que não melhora nem com repouso diurno.
Os sintomas emocionais afetivos que o ser humano desencadeia no final de uma relação a dois torna um dos parceiros testemunha viva de uma dor danosa. Reajustar o comportamento de quem sofre para as linhas da harmonia é um programa que exige disciplina, por ser um tema perigoso. De muitos que sabem de um problema vivenciado por um amigo (a), poucos olham com a devida atenção e raríssimos penetram para ajudar.
Ajudar, no sentido amplo, é necessário que existam duas polaridades: o magnetismo mais forte que se predispõe em solicitude humana na força de dar amparo, e a força que queira receber ajuda. Quem sofre com uma gravidez indesejada, encontra de alguém essa doação no âmbito de uma causa tão profundamente doída que, só com o amor, fará o outro que sofre reajustar-se. Sair do estratosférico de uma dor que inquieta a alma, a consciência e a vida.
Aprendi que a paixão é mentir tudo o que não somos (a máscara um dia cai). Só o amor alicerça um relacionamento. Só com o pilar do amor começamos a compartilhar verdades.
A reflexão que construí dando aulas para tantas adolescentes gestantes, de famílias de baixa renda, deu-me entendimento o qual compartilho finalizando a parte 2.
Toda adolescente de 14/15 anos encontra-se exposta à brisa mutável de seus desejos. Raríssimas acautelam-se contra a inconstância mas, já outras têm, no próprio fracasso, o sabor do próprio erro. Tudo nele aconteceu de maneira por acaso ou triste. A realidade menos saudável, de tudo isso, é que intrinsecamente complica a vida da jovem adolescente. Uma gravidez não esperada, ou indesejada, muda o rumo de uma vida para sempre.
Uma futura mamãe adolescente pode, portanto, escolher, optar, aceitar. Pode se sentir abençoada pelas forças da vida que carrega no ventre; optar a que lhe foi confiada uma gestação e pela qual ela terá a possibilidade de resgatar sua vida; ou aceitar sua gravidez como um cruel castigo, algo terrível para ser abandonado no lixo.




Mas, e quando nascer? Aquela criança, com o tempo, vai saber até que ponto sua mãe desejou mudar o roteiro de sua vida, tendo ou não seu amor. É aí que o foco da consciência germina a consciência. O que toda criança necessita em seus primeiros dois anos de vida é de uma mãe amorosa e nutritiva. Mãe capaz de abrir um espaço na sua existência, seu mundo social, para dar todo o tempo ao trabalho divino de ser o anjo da dedicação para aquele que é a célula de sua célula, sangue de seu sangue. Mães, divorciar sua afetividade para com uma vida que começa, é perigar a própria existência de quem só pede amor, calor e nutrição.


Shrí Vidyacharanasampanaananda