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OM NAMAHA SHIVAYA... OMMM

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

ENCONTRO COM SUA CONSCIÊNCIA II



A Reinvenção de Ser uma 
Jovem Gestante
(Parte I)





              Esse texto nasceu de minha prática em fornecer Yoga para jovens gestantes vítimas de estupro ou sexo consentido sem proteção. Todas essas jovens futuras mamães consideravam sua gravidez com ódio, raiva e nojo repulsivo. Entendi o drama dessas mulheres, jovens adolescentes, como sendo o efeito colateral. Meu trabalho de Yoga para com elas foi buscar reverter uma situação realizando o oposto com os meses de gravidez que estavam vestindo emocionalmente.
           Suscetível a tudo isso, busquei uma reflexão sobre essas milhares de adolescentes que nesse exato momento estão sendo mulher para alguém; seja por um sexo consentido ou prevalecendo o estupro. Afinal, quando o ser humano mundano observa a vida, tem pouca consciência do que realmente vê. Portanto, o texto que se segue nasceu de uma reflexão e disponibiliza-se na necessidade de se mudar o foco de uma leitura acadêmica gasta e preconceituosa da jovem mãe gestante. Vamos então ao meditado...




               Toda adolescente mulher é prisioneira de seu próprio horizonte, na maneira pela qual nele se define. Ela interpreta, a seu modo temeroso, uma montanha de situações emocionais novas (em parte, produto de suas flutuações hormonais), sem chances de defesas porque, nessa idade, representará seu "Calcanhar de Aquiles". Dessa montanha, aderida por inexperiências as mais vastas, desenvolverá o modelo no qual engajará suas ações em todas as relações obtidas.




             Se para um adulto, a realidade do dia-a-dia representa um desafio para com o lote de experiências adquiridas, para a jovem adolescente mulher, sua realidade diária é virtual: torpedos, internet, rede social. O aparelho celular está acima da família. A obrigação do dia-a-dia consiste em receber chamadas e realizar chamadas. Se os adultos cometem erros e acertos, a adolescente mulher arrasta, à flor da pele, o medo. A realidade que veste encontra-se continuamente pedindo, aos adultos, intervenção. Os pais de hoje já não mais produzem tempo de carrear à filha adolescente conclusões positivas de um amigo que é (ou deveria ser) o grande mestre de sua vida.




           De uma jovem adolescente mulher carente, para outra tão carente quanto, a visão que carregam e têm para com elas mesmas já tece o fio do drama. É aqui que iniciam a serem desajustadas. Ao criarem um juízo crítico que não se encontra em conformidade com a realidade, suas rasas compreensões ferem aqueles que as amam. Nenhuma em estado de adolescência conseguirá domesticar a explosão de demência que as torna frágeis. Nenhum profissional de saúde psicológica poderá redimensionar isso com conversa acadêmica. Nessa fase, a adolescente jovem mulher hasteou em ponto bem alto sua bandeira com dizeres  "AMO SER REBELDE".  É uma afirmação de sua personalidade tribal?  Sim, é. No entanto, engajada a essa característica própria da adolescência, processa-se o próprio aprisionamento no horizonte; ela adere e usará como âncora a ansiedade em velocidade crescente de Fórmula Um. Essa ansiedade se desenvolverá como um vírus mutante; ele saboreia pela corrente sangüínea sazonada de emoções da vida mundana, totalmente novas para a jovem adolescente mulher, permitindo-a concorrer ao vestibular da carência, do choro amoroso, do ciúme angustioso, que se sustentarão no conflito íntimo, mergulhando-a no medo. Diria que as muitas provas desse vestibular, no que a carência busca preenchê-la com a ansiedade, tem longa listagem.
(Continua...)

Shrí Vidyacharanasampanaananda




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