O
Sinônimo de Greve é Vitimação
Existem provas
incontestáveis de que, num todo, a humanidade entrou em seu maior período de
mudança, que agora a mídia, em sua linguagem essencial, informa. Guerra de um
lado, desastres naturais matando centenas, de outro, mas o maior cenário das
ocorrências é o Brasil. São as intermináveis greves comprometendo a segurança
ou o pouquíssimo que dela resta, ao se avaliar o que as câmeras da imprensa
televisionada mostraram de Recife. Greve é o discurso da vitimação. Os males que os dependentes dos grevistas causam, fazem
sofrer, têm como base a própria essência do pensamento: todos querem um
contra-cheque mais gordo. O resultado de uma greve se encerra por acertos
paliativos.
Cada greve, seja aqui no Brasil ou lá fora,
modifica alguma coisa na estrutura da consciência humana. Somos frágeis demais
pelos salários; e os governantes, esses inúteis irrecuperáveis, articulando e
pouco se importando com o resultado.
Quando vejo na mídia televisiva uma marcha de
professores, sendo filmados caminhando à prefeitura com placas "Queremos um
Salário Justo, Respeito e Justiça!"... isso é, na ótica governamental,
área de pouca a zero importância, mesmo quando o quebra-quebra acontece, o
governante considera o desempenho pequeno. A polícia militar participou
atirando, prendendo, e tudo acaba sendo relativizado no menosprezo. Vivemos
clima de Copa e paralelamente um outro clima de caos ufanista quanto a próxima
greve, a próxima passeata contra a abertura da Copa... tudo isso no fervor
cumulativo do espírito coletivo. Vejo isso, não como um fenômeno significando
tenazmente chamar a atenção do governo, mas sim consciências em angústia, um
sensível grito de indignação por todo desinteresse que os governantes têm por
pessoas engajadas na vida, sem nenhuma oportunidade de transformação. Vejo
essas massas acotoveladas em passeatas desesperadoras, numa crise que os
preocupa quanto aos seus objetivos. Todos possuem vidas ativas, seguem vocações,
são professores, médicos, policiais civis e militares, cada qual em seu setor,
representando uma delicada tentativa de ajudar outras pessoas a abrirem
caminhos. Buscam, na profissão, encontrar o significado de viver.
A realidade atual de
nossas vidas está na incerteza, embora ansiemos pela certeza. Hoje, o que está
no comando especulando crises é a inquietação. Se uma greve contém um grito
negado, um salário murchado, um desapontamento, uma frustração, ou o que for,
pelo tamanho do barril de pólvora que isso incorpora, só significa que nós somos vítimas.
Vivemos o tempo todo
num conformismo que se atualiza na medida que vivemos por certezas artificiais.
Todo diálogo entre políticos e seus eleitores é artificial. O salário fútil é
artificial. Inquietamo-nos com as contas a pagar todo final de mês e estas não
são artificiais. São ameaçadoras. Envenenam nosso esforço com o que sobrou:
continuar a sobreviver.
Se não quisermos que
as greves sucedam-se, a política tem que ser refeita. Aqui no Brasil, só os
governantes não entram em greve. Seus salários são maquiados na peculiaridade
daqueles que saboreiam uma fruta no pé. Enquanto que milhões de brasileiros com
menos carboidratos, liberamos protestos e submetemo-nos, como vítimas, às
greves. Rotina cansativa, essa.
Enquanto diferenciadas
categorias realizam dentro em pouco diferentes tipos de indagações e partam
para novas greves, espero que o futuro da humanidade ascenda realinhado por
todos os que desafiaram o sistema buscando atingir seu próprio nível mínimo de
realização. As greves crescerão, cada qual criativa na sua convulsão, e as
respostas nascerão no papel das tensões. Eis o período de mudança que chegou. É
só aguardar. Pois, nós mesmos somos o
futuro.
Shrì
Vidyacharanasampanaananda
(Oito Livros publicados,
Conferencista e Mestre de mim mesmo.)
Email: maha.vidya.yoga@hotmail.com
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